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Ruim na bola, bom no apito!

agosto 25, 2008

Se servir de consolo, ótimo. Por terminarmos nosso pior ciclo olímpico do basquetebol brasileiro, devemos ressaltar e até comemorar que a arbitragem brasileira tem demonstrado muita qualidade, capacidade e competência nas principais competições internacionais. Na Olimpíada de Pequim a arbitragem brasileira foi representada pelos árbitros Fátima Aparecida dos Santos e Cristiano Maranho. Temos ainda o ex-árbitro Geraldo Miguel Fontana que foi um dos responsáveis pela avaliação da arbitragem nos Jogos, função que vem acumulando em diversas competições promovidas pela FIBA.

Portanto, se com a bola nas mãos nós não estamos indo muito bem, no apito estamos mantendo a retórica de termos uma das melhores arbitragens do Mundo. Esta semana a FIBA indicou o árbitro Sérgio Pacheco para atuar no Torneio Centrobasket, competição classificatória para a Copa América (Pré-Mundial). Não consigo detalhar quais e quantos foram os árbitros brasileiros que já atuaram em Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos, inclusive com atuações brilhantes nas partidas finais, mas posso afirmar com tranqüilidade que todos representaram nossa arbitragem com muita dignidade. Eu mesmo assisti de dentro da quadra, na Venezuela, uma final de Liga Sul-americana apitada pelo árbitro Francisco Ferreira, com uma excepcional atuação.

Escrever sobre arbitragem não é fácil, pois sempre será um assunto polêmico, com controvérsias, com opiniões conflitantes, reclamações, mas há anos afirmo que nós sempre tivemos e temos os melhores árbitros do Mundo. Quem não se lembra de Alberto Lapoian, Benedito Bispo, João Paulo Sniscaldi, José de Oliveira, Manoel Tavares, Oswaldo Gelsomini e Renato Righeto. Sei que corro o risco de cometer alguma injustiça, e esquecer alguns nomes, mas os aqui citados representaram com muita dignidade todos aqueles que fizeram ou fazem parte da história da arbitragem brasileira.

Outro árbitro que sempre tem que ser lembrado por ter atuado em duas finais, uma em campeonato mundial e outra olímpica, é o árbitro Antonio Carlos Affini. Ser árbitro não é fácil. Já senti isso na pele quando exerci a profissão de árbitro de futebol de campo. Vejo a arbitragem como algo além da profissão, pois é uma escolha de pessoas apaixonadas por aquilo que fazem, convictas do prazer que sentem e proporcionam aos demais, conscientes daquilo que representam para o esporte. Aos poucos noto que estão profissionalizando ainda mais a nossa arbitragem.

O ex-árbitro Geraldo Fontana vem realizando um trabalho muito interessante nesta área. Destaco também o árbitro Carlos Renato dos Santos, que apita desde garoto e atuou em uma final Olímpica e em diversos Campeonatos Mundiais, considerado atualmente por muitos um dos melhores em atividade. Finalizando, lembro-me do conterrâneo José Augusto Piovesan Neto, árbitro que atuou na Olimpíada de Atlanta e que durante muitos anos permaneceu entre os melhores do país.

Hoje, vejo uma nova safra de árbitros, percebo na maioria um empenho muito grande em fazer o melhor, de trabalhar pelo sucesso de nossa modalidade, atuando com capacidade, dedicação e honestidade. Continuando assim, trilhando este caminho, a arbitragem brasileira que já fez tanto sucesso internacional seguirá prosperando e se colocando entre as melhores do Mundo por muitos e muitos anos.